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Vini e Eli do BBB 22: Uma relação que atravessa muitos de nós

Nos últimos dias algumas cenas do BBB têm sido compartilhadas pelas redes sociais com diferentes opiniões sobre a relação de Viny e Eli nesta edição do programa. De fato, a construção feita ali é muito problemática e atravessa muitos de nós que já viveram aqui do lado de fora situações similares.

A idealização que muitos LGBTQIA+ fazem de um possível parceiro, perpassa por perfis estereotipados de masculinidade e se assemelha muitas vezes com modelos implantados nas nossas mentes por meio de séries, livros e por que não os corpos e rostos mais valorizados dentro da própria internet. Viny, ao supostamente se apaixonar por Eli, reverbera uma necessidade de afeto e acolhimento que de acordo com a construção do imaginário coletivo, seria trazida por este tipo de “príncipe encantado”. Além de vacilar na escolha pelo improvável, repetindo uma típica conduta jovem e banhada de inexperiência. 

Participante ElI do BBB22

Eli, em sua dita desconstrução, acaba por fomentar uma esperança muito presente no Viny. E essa ausência de afeto mora em muitos lugares. As agressões que ele já relatou sofrer por preconceito, o lugar afeminado que ele ocupa, e que, a gente bem sabe, até na própria comunidade é discriminado. A inocência de alguém que ainda não teve a chance e muito menos o espaço necessário para se descobrir, se construir e viver por completo sua sexualidade.

E não suficiente, o ódio destinado a ele, vem de uma expectativa criada pelo público que aguarda por um novo Gil do Vigor e a “cachorrada” que geralmente é esperada de um perfil como o do Viny. Em outras palavras: você pode ser bicha, mas nunca sem graça.

Gil do Vigor BBB21

Algumas pessoas ainda entendem respeito como um favor a qualquer individuo LGBTQIA+. E a moeda de troca sempre vai ser oferecer à vida vazia de quem faz dos amigos gays pequenos chaveiros, um pouco de alegria e entretenimento que muita gente não encontra na própria história. Povo animado os GLS. 

Viny BBB2

Por fim, esse achincalhamento não é uma surpresa e nem uma novidade. Seria mesmo surpreendente, se fosse cobrado de Eli um pouco de responsabilidade afetiva como um homem mais velho e supostamente maduro. A reciprocidade claramente inexistente pode ter consequências muito grandes em vivências sofridas de quem ainda não teve nem a oportunidade de amar e ser amado. Talvez seja por parte dele uma forma de negar uma possível bissexualidade em rede nacional? Talvez. Justifica? Jamais.

Vyni e Eli BBB22

Nessa troca injusta o preconceito encontra lugar para se manifestar disfarçado de opinião e provavelmente essa seja a maior questão aqui. Para qualquer LGBTQIA+ tudo isso tende a ter um peso muito maior do que a um homem hetéro e padrão, que decide transitar entre desejo, vontade e sentimento a favor de um jogo ou do próprio ego.

 

 

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