Rosely Roth (São Paulo, 1959 – São Paulo, 1990) foi uma ativista lésbica e feminista do Movimento Homossexual Brasileiro (MHB). Ela se graduou em Filosofia e Antropologia, tendo atuado diretamente tanto no movimento feminista quanto no MHB. Neste, em 1981, ela fundou junto com Miriam Martinho o Grupo Ação Lésbica-Feminista (GALF).
Rosely Roth participou da primeira manifestação lésbica contra o preconceito no Brasil em 1983 e também liderou um protesto conhecido como Levante do Ferro’s Bar.
O Ferro’s Bar foi um estabelecimento comercial inaugurado em 1961, frequentado por jornalistas e intelectuais na rua Martinho Prado. Já no final dos anos 1960, o bar havia se tornado ponto de referência para a comunidade de lésbicas. Na virada da década de 1970/80, além de ponto de encontro e de sociabilidade lésbica, o Ferro’s também virou referência para a atuação da vertente Lésbica-Feminista do grupo Somos.
Com o surgimento do jornal Chanacomchana, as ativistas lésbicas iam ao Ferro’s vender o jornal. Em 23 de julho de 1983, em uma dessas ações, o dono do Ferro’s Bar mandou expulsar as ativistas do GALF, alegando que elas importunavam os/as clientes do bar com suas intervenções e a venda do jornal. O porteiro agiu com violência, o que desencadeou a indignação das mulheres e ajudou a mobilizar uma frente de ação contrária à entrada das ativistas no bar.
Rosely Roth se tornou a líder da ação preparada para o dia 19 de agosto de 1983. Ela e um grupo de mulheres aliadas sensibilizaram os ativistas gays, políticos e defensores de direitos humanos simpatizantes à causa lésbica. Naquele dia de agosto, todos se dirigiram ao Ferro’s. Diante da tentativa de impedimento da entrada, forçaram e ocuparam o recinto do bar, recebendo o apoio dos presentes, pronunciando palavras de ordem e fazendo discursos de defesa dos direitos de as lésbicas serem atendidas no bar e as ativistas venderem o jornal no local.
Por isso, o 19 de agosto é a data de celebração do Dia do Orgulho Lésbico no Brasil.
