A comédia representou a comunidade LGBTQIA+ por muito tempo. Em grande parte da história, por um viés caricato que nos rendeu muitos desdobramentos problemáticos, porque ser um individuo da sigla tornou-se um sinônimo de obrigatoriamente ser engraçado. E nem todo mundo quer se tornar ou contar piada.
Pessoas como Paulo Gustavo (@paulogustavo31), trouxeram o equilíbrio entre o humor e o respeito que a gente buscava há muito tempo. E hoje, a gente completa um ano sem um dos caras que fez muito por todos nós quando se trata de representatividade. Existem sim, ressalvas que poderiam ser feitas sobre alguns dos seus trabalhos, mas levar mais de 10 milhões de pessoas para assistir um filme que falou sobre amor, aceitação familiar e casamento homoafetivo é um serviço que ninguém pode negar que ele prestou, e ofereceu de uma forma necessária e muito corajosa.
Paulo no seu tempo, também colocou em um dos maiores programas de domingo, a sua união com o Thales (@thalesbretas) sob os holofotes. Falou sobre o processo de inseminação, sobre os filhos e deu nome certo a quem escolheu viver esses sonhos com ele: marido. Tudo isso, sabendo o que ele teria que ouvir e com o que teria que lidar dali em diante. Mas com toda certeza, entendendo que havia também uma necessidade maior nesse movimento.
Se você não achava ele assim tão incrível. Se não deu boas gargalhadas com “Vai Que Cola” ou “220 Volts”. Se não se reconhece nessa jornada interrompida por uma doença que tinha vacina, em um país que não tinha Presidente. Ainda sim, precisa reconhecer a memória de um ícone que fez grandes coisas porque era gigante.
Esse post é um forte abraço em todos os nossos seguidores que viveram épocas, onde a gente não se via em lugar nenhum. E que aprenderam assim, a valorizar cada uma das pessoas que usou sua voz, talento e espaço, para entregar para a comunidade a esperança de que a nossa existência também cabe nas telas grandes e pequenas. É também um obrigado a @dealucia66, @juamaral00 e @tatawerneck, que mantêm viva a lembrança desse homem inesquecível.
Com saudade e admiração,
@srabicha
