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Comunidade LGBTQIA+, fé e religião: um conflito orquestrado

Eu já presenciei a mudança de expressão em muita gente quando eu solto um “fica com Deus!” ou “Amém, nós todos!”. Já tive que ouvir coisas absurdas sentado em diferentes cadeiras, diante de enviados pelo criador. Já passei por uma leve tentativa de conversão com parentes protestantes, quando peguei carona com eles no caminho de casa (se resta dúvida: não funcionou). 

A relação dos LGBTQIAP+ com as distintas formas de enxergar uma força maior existente no mundo, é uma pauta problemática há muito tempo. E isso se desdobra em atitudes extremistas de ambos os lados. Sem justificativa  e com consequências imensuráveis em sua maioria, apenas em um deles.

Aqueles que cultivam suas crenças e dogmas tentam abominar o comportamento da comunidade sob mandamentos que vem de uma interpretação muitas vezes egoísta, excludente e individual. Enquanto do lado de cá, quando não há total descrença e abandono de qualquer cultivo nesse sentido pelos constantes episódios de preconceito amparados em Deus, existem manifestações e afrontas que em alguns casos são muito bem vindas para gerar reflexões necessárias. Apesar de em outros, passar um pouco do ponto justamente naquilo que queremos: respeito.

Todavia, a ideia aqui não é apontar ou traçar o limite desta troca de agressões que tem e gera tudo, menos o amor que tanta gente insiste em pregar. A questão é que no frigir dos ovos, mais uma vez, o nosso direito de acesso a algo comum a todos é negado. E contraditoriamente, essas situações também se estendem até a cultos onde se espera mais acolhimento, justamente pelas raízes que geraram aquele movimento. Mas descobre-se com pesar a cada uma dessas amargas experiências, que o problema de alguns recortes pode morar no ser humano, independente da crença que ele carrega.

Não digo que essa seja uma vontade unânime, nem que seja uma das principais necessidades em pauta, mas digo que é urgente que pensemos em todos os espaços como lugares em que possamos existir com conforto e conviver com tranquilidade. Deixar orar quem é do terço, dançar livremente quem é do terreiro, tomar e conceder o passe quem crê na vida além da vida.

Há construções que passam por lugares diferentes, mas ainda deixam na neutralidade e o livre arbítrio o comprometimento que não defende, não acusa, nem tão pouco satisfaz. Encontram-se até explicações simbólicas e não taxativas a esse respeito, declarações explícitas aqui e ali, mas o fato é que ainda estamos a passos muito lentos de permitir a nossa legitimidade de acreditar em algo por direito, sem julgamento e livre da falácia de que existe segregação dos escolhidos ou santidade, em um mundo onde o dito pecado é a roupa que veste todo mundo de alguma maneira.

Você tem relação com a fé, prefere conduzir sua espiritualidade de forma independente ou conseguiu se encontrar em alguma religião? Compartilha aqui sua experiência e conta pra gente qual é sua visão sobre tudo isso. 

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