Pânico!
Os noticiários ficariam povorosos, milhares de mensagens de repúdio e apoio, o clube avaliando se mantêm ou não o jogador, ex ficantes iriam surgi, falsa militância, novos jogadores saindo do armário e muito mais! Ou seja, um prato cheio para o nosso povo se deliciar.
O problema!
Normalmente, é justamente nestes cenários de maiores exposições midiáticas que as discussões mais importantes e profundas se perdem. E quanto se trata de qualquer assunto atrelado à nossa comunidade LGBT+, bomba! Tudo fica ainda mais complexo.
Além do superficial
Ainda usando o exemplo fictício do Neymar, uma notícia assim iria deixar ainda mais claro o machismo estrutural do nosso país e não estamos falando somente dos ataques vindo de homens. A mídia iria precisar “moldar” a maneira como iriam se referir a nós (tanto positivamente quando negativamente) e claro, essa “bomba” poderia até mesmo ter o poder de nos colocar em risco enquanto comunidade, tanto psicologicamente quanto fisicamente!
Um marco eterno
Desde sempre, nós – pessoas LGBT+ existimos no esporte, acontece que pouquissímos se assumem, outros muito menos ganham o destaque midiático e quando isso acontece, sua orientação passa a ser o principal marco caracteristo daquela pessoa, para além inclusive do próprio desempenho como atleta. A pergunta que fica: melhor assim para nós protegermos ou mudar o ciclo?
Brasil acima de tudo. Ódio acima de todos.
Um dos principais jogadores do Brasil ser da nossa comunidade LGBT+ iria ferir o véu da “falsa moralidade” de boa parte da população do país que coloca no futebol, religião e bons constumes o conforto da própria ignorância e usa como justifica para o ódio e a violência.
Portanto, fiquemos atentos. Ainda há muito para se avançar quando se trata da homofobia no país. Infelizmente, o Brasil profundo, aquele do dia a dia real, fora das bolhas da internet, ainda nos exergam como diferentes, áquem ou seres diabólicos que merecem ser excluídos, desrepeitados e mortos.
