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Grupo Gay da Bahia e a despatologização da homossexualidade

O Grupo Gay da Bahia (GGB) foi fundado em 29 de fevereiro de 1980, em meio àquele caldo efervescente da origem do Movimento Homossexual Brasileiro (MHB), e se mantém como a instituição mais longeva na luta por direitos e cidadania LGBTQIA+ no Brasil. No entanto, a organização só obteve seu registro cartorial definitivo em 1983, por meio de ação judicial impetrada face à recusa de o cartório formalizar seu registro.

Fragmento de reportagem da revista Isto É (9 fev. 1983).

A instituição foi criada por iniciativa de Luiz Roberto de Barros Mott (São Paulo, 1946), antropólogo, historiador e professor aposentado da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Luiz Mott, criador e fundador do GGB.

Extremamente produtivo e dinâmico, o GGB sempre teve atuação proativa em defesa da conquista de direitos para o público LGBTQIA+. Uma das iniciativas do grupo, ainda em 1980, foi a criação de uma campanha nacional pela revogação do parágrafo 302.0 do Código de Saúde do Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (Inamps), que considerava a homossexualidade um “desvio e transtorno sexual”. Em julho daquele ano, foi realizada a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Salvador. Então, o grupo organizou diversas manifestações para sensibilizar a adesão dos pesquisadores. A campanha foi demorada e se estendeu por cinco anos, obtendo sucesso apenas em 1985, quando o parágrafo 302.0 foi extinto do Código do Inamps.

Desde sua fundação, o GGB registra e mensura, por meio da imprensa, as notícias de assassinatos de pessoas LGBTQIA+, o que permite afirmar que o Brasil é um dos países com maior índice de mortes de pessoas dessa população. A contribuição do GGB em termos de pesquisa e produção bibliográfica é intensa.

Em 1991, o GGB criou o Prêmio Triângulo Rosa, para homenagear pessoas que contribuíram para a consolidação de direitos do público LGBTQIA+ no Brasil. O Troféu Pau de Sebo, por sua vez, é atribuído àqueles que prestam os maiores desserviços à comunidade LGBTQIA+.

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