fbpx

Herbert Daniel

Herbert Eustáquio de Carvalho (Bom Despacho, 1946 – Rio de Janeiro, 1992) foi escritor, sociólogo e jornalista. Após o golpe civil-militar de 1964 no Brasil, Herbert reuniu-se à luta clandestina pela derrubada do regime e se tornou guerrilheiro. Nesse contexto, ele adotou o nome Herbert Daniel, pelo qual se tornou sempre conhecido.

Herbert Daniel

Ao completar um ano de idade, sua família se fixou em Belo Horizonte, onde Herbert chegou a iniciar o curso de Medicina na Universidade Federal de Minas Gerais em 1964. No entanto, seu envolvimento com a luta armada o afastou da intenção de se tornar médico. Em junho de 1970, ele participou do sequestro do embaixador alemão von Holleben e em dezembro do mesmo ano, do embaixador suíço Giovanni Bucher. Por essas duas ações, Herbert foi condenado à prisão perpétua em 1972, mas não chegou a ser preso, conseguindo escapar para o exílio em 1974, inicialmente em Portugal e posteriormente na França, de onde retornou ao Brasil em 1982.

Nos últimos dez anos de vida, Daniel (como era chamado de forma afetuosa) desenvolveu uma enorme colaboração com ativistas de direitos humanos, LGBT, pessoas com HIV/Aids e no campo da política. Sua vivência ao longo de oito anos na Europa despertou nele a percepção para mudanças urgentes na vida da cultura e da sociedade brasileira.

Desde seu regresso, Daniel se inseriu nos debates sobre as (homo)sexualidades; sobre pautas modernas, como ecologia e meio ambiente (foi um dos fundadores do Partido Verde); em 1986, foi um dos fundadores da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA); em 1989, após se descobrir soropositivo para o HIV, criou o Grupo pela Valorização, Integração e Dignidade do Doente de Aids (Grupo pela VIDDA). Daniel foi um pensador fino, com elaborações sutis e uma capacidade para o diálogo paciente.

Suas reflexões e seu legado sobre as homossexualidades, o viver com HIV/Aids, o cuidado com o meio ambiente e a sustentabilidade, as atividades comunitárias, a solidariedade, os direitos humanos foram fundamentais para o ativismo da década de 1990.

Ele deixou dois livros de memórias (Passagem para o próximo sonho e Meu corpo daria um romance), ensaios (Jacarés & lobisomens; Aids: a terceira epidemia e Vida antes da morte) e ficção (Alegres e irresponsáveis abacaxis americanos, A fêmea sintética e As três moças do sabonete).

Capa da biografia de Herbert Daniel escrita pelo brasilianista James Green.

Compartilhe :)

error: Conteúdo Protegido