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João Silvério Trevisan

João Silvério Trevisan nasceu em Ribeirão Bonito, em 1944. Escritor, roteirista, diretor de cinema, dramaturgo, tradutor e jornalista. Ele tem quinze livros publicados, entre ensaios, romances e contos; um curta-metragem, Contestação (1969), e um longa, Orgia ou o homem que deu cria (1970), que ficou censurado pelo regime militar durante mais de dez anos. Trevisan foi três vezes premiado com o Jabuti e o APCA (Associação Paulista dos Críticos de Artes).

João Silvério Trevisan

Ao lado dessa rica trajetória, Trevisan soma ao seu currículo um papel central dentro do ativismo LGBT no Brasil. Desde o seu retorno da Califórnia, em 1976, ele procurou agregar pessoas LGBT em torno de um grupo de debates sobre temas de interesse da nossa população. A primeira tentativa não vingou, mas a seguinte foi bem-sucedida: nascia em 1978, o Grupo de Afirmação Homossexual – Somos, em São Paulo (que já foi assunto de um post anterior). No mesmo momento, Trevisan foi um dos responsáveis pela criação do jornal Lampião da Esquina (também já enfocado em um post desta série), no qual esteve presente até o encerramento de sua circulação, em 1981.

Desse rio caudaloso que são a inteligência, a sensibilidade, a capacidade de articulação e a passionalidade com que Trevisan fala, nasceu uma obra incomparável e incontornável na nossa cultura. Em 1986, saía a primeira edição do grandioso Devassos no paraíso: a homossexualidade no Brasil, da colônia à atualidade.

Capa da 4ª edição de Devassos no paraíso.

Seu livro acompanha e analisa as manifestações das dissidências de sexo/gênero na vida sociocultural brasileira ao longo de nossa história. É um riquíssimo trabalho de recuperação da nossa memória, revelando uma rede de preconceitos, discriminações, relações de subalternidade, mas também de criatividade, humor, inventividade e resistência das pessoas LGBTQIA+.

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